terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

como um cão abandonado !

 acordas, acordas-te revoltado como se o mundo fosse acabar , pergunto se estás bem, tu respondes achas mesmo ? fico chocada olhando para ti daquele jeito devastador, inoportuno, ingénuo.
tu olhas-me como um cão abandonado, sozinho, perdido pelas ruas do nosso eterno porto.
tens saudades de casa, eu deixo-te ir , tenho receio de nunca mais voltares, mas se voltares vai ser como uma criança vendada jogando o jogo da cabra cega, ansiosa, muito ansiosa quero eu dizer com ternura de olhar, não vai ser mais um momento de desespero mútuo, vai ser a esperança de um acordar de um novo amanhã onde tu acordas com aquele teu doce olhar e me trazes panquecas e café quente à cama e quando eu te pergunto se estás bem , tu dizes-me claro que estou a terra é redonda e eu estou vivo querias que eu estivesse quê ? mórbido numa cama com o desejo que o mundo fosse acabar não não sou desses posso ser ingénuo, inoportuno , devastador eu olho para ti com aquele meu sorriso que tu bem conheces tu e toda a gente e penso afinal sempre voltaste .

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

como é que ainda dura ?

como é que ainda dura é a pergunta?
bem, eu ainda olho para ti da mesma maneira de à dez anos atrás, ainda temos aqueles sorrisos mútuos, rejuvenescentes, invejados pelos outros.
passo a palma da mão pelo teu rosto e sinto as tuas rugas, sinto os anos vividos, memórias porém intactas invadem a tua alma e eu sinto-o no teu rosto.
sim, o teu rosto, aquele a que gostas de chamar "a carinha de um puto de 18 anos", já não a é mas ages como tal, ainda deixas as tuas meias enroladas tipo bicho da conta ao lado da cama, ainda gostas de não fazer a barba dias seguidos, tipo vagabundo e ainda te recusas a acordar antes do meio-dia.
é por essas e por outras que muitos se separam, e é por esses mesmos motivos que eu não, porque sei que aí dentro ainda vive o jovem que eu conheci à uns anos atrás.
se fizesses a barba todos os dias , colocasses as meias para lavar e acordasses antes do meio-dia, eu não me teria apaixonado por esse jovem aventureiro com a mania que era um corajoso e encantador Don Juan.
sabes porque não te abandono?
porque sei que tens mais medo de mim do que da gilete, porque sei que acordas todos os dias ao meio-dia porque ficas a olhar para mim toda a noite e que deixas as meias enroladas tipo bicho da conta porque não queres sair da cama para as pôr para lavar e deixar-me sozinha nesse desesperado espaço de tempo.
eles se separam porque o sentimento deles tornou-se como um pão sem sal, um chocolate sem açúcar e uma ida à praia sem um mergulho.
agora tens a resposta porque ainda dura, não é por ser fraca ou ter um coração mais gélido que o ponto máximo do Evareste, é por saber que mal chegue a casa tu o vais aquecer, cuidar e permanecer nele até ao fim dos meus dias.