terça-feira, 16 de novembro de 2010

o homem da lista

pegas numa caneta e numa folha branca, branca como a cor da tua alma penetrada pelo meu desespero, aquele desespero que tu também sentes, aquele desespero mútuo, como se o mundo fosse acabar e tivesses de cumprir tudo o que a tua lista de momentos, sonhos e amarguras desejavam para ti.
sozinho, perdido pensavas tu embriagado pelas ruas de Lisboa, enquanto subias os bancos do jardim e as pessoas pensavam que eras louco, louco pelo momento de acabar o que para eles era a tua insigniificante lista, aquela lista era o que tu mais desejavas, era para ti o único sujeito do pensamento.
fugias, corrias seu desgraçado só por causa de uma lista, mas aquela lista não era só mais uma no meio das outras como todas as mulheres que tiveste.
só faltava um visto para após tanto tempo inacabada ficasse completa, faltava o desafio da vida, aquele era o derradeiro desafio, o mais dificil de todos, era o de deixares algo que te recordasse naquela coisa redonda a que chamam Terra para não seres apenas mais um porque mais um somos todos nós.
tu, tu eras diferente eras apenas o embriagado pelas ruas de Lisboa, o que conseguiu acabar a insignificante lista, não foste um super-herói, nenhum politico berrante nem uma estrela de cinema por quem todos gritam, foste apenas o homem da lista e é por isso que és recordado.

domingo, 14 de novembro de 2010

a corrida da tua vida

vais sempre em frente como um espirito passageiro, vais a correr como quem só pará no fim do mundo, deixas tudo para trás num folgo de desespero.
como se fosses o único capaz de ganhar a maratona da vida, como se nada mais importasse, como se fosses o campeão no alto do vale.
como se pegasses na tua guitarra e nunca mais sentisses o chão debaixo dos teus pés, como uma música que fica eternamente no ouvido.
a ambição de cortar a meta é tão feroz, transmite uma sensação de calma, a sensação de mover o mundo com uma somente palavra.
moves montanhas com o teu sentimento, aquele sentimento que nos invade a alma e corrempo-nos até percebermos que somos apenas seres humanos. 

domingo, 31 de outubro de 2010

a farsa do puder e não querer, não é uma justificação válida


querer ser super-herói e não puder voar;

querer dormir sem fechar os olhos;

querer falar sem abrir a boca.

um dia alguém disse que queria ser super-herói mas não conseguia voar, por isso, alguém decidiu criar o suicídio, assim podes voar cerca de vinte segundos até morreres.

um dia alguém disse que queria dormir sem fechar os olhos, por isso, alguém decidiu criar a morte, dormes para sempre e podes deixar os olhos abertos.

um dia alguém disse que queria falar sem abrir a boca, um dia destes ainda vão criar um robô que nos leia o pensamento e fale por nós, uma coisa eu sei que não vão criar, um coração-despertador, ninguém se lembraria, um coração-despertador, estão mesmo a imaginar o coração a tocar de manhã com uma vozinha fininha são SETE E UM QUARTO DA MANHÃ, HORA DE ACORDAR, HORA DE ACORDAR, e tu a tirares o coração do peito e desligares até às 8h, e a tua mãe a ir ao teu quarto acordar-te às sete e meia e pensar que estás morto e tu acordas as 8h , vais à cozinha tomar o pequeno-almoço como se nada se tivesse passado, portanto acho que ninguém vai decidir criar um coração despertador.